E NÓS FOMOS A PRAIA...

Filed under: by: Marco Boeing


Marcamos para o dia 06 de março, nosso trabalho de praia, para homenagear Iemanjá. Este e um trabalho especial para nós, haja vista ser Iemanjá a patrona de nosso terreiro.

Na sexta feira fomos dormir no terreiro, pois tínhamos de deixar tudo arrumado para a descida até o litoral. Nossa ansiedade era quase palpável, e confesso que em alguns momentos esta ansiedade se tornou apreensão, pois a chuva que caiu durante a noite, me fazia pensar em como seria o trabalho.

Sábado de manhã (06/03), acordamos com um belo sol, marcamos a saída para as 9:00 horas da manhã, mas conhecendo o povo sabia que não sairíamos antes das 10:00. O pessoal foi chegando, era visível a felicidades de todos, enfiam estávamos prontos para sair, eram 10:30, resolvemos descer pela estrada da graciosa, uma estrada histórica e linda, onde a natureza marca sua presença de forma definitiva, algumas paradas depois chegamos ao nosso destino, uma casa na praia de Matinhos, a viagem que dura normalmente 1:30 levou quase três horas, coisa normal em se tratando do povo da ASSEMA...rs

Descarregamos as coisas, e preparamos alguma coisa para comer. E pensamos em descansar a tarde, mas quem disse que alguém descansou, entre conversas e brincadeiras, o tempo passou.

La pelas 17:00 hrs. Fui com alguns médiuns preparar o local do trabalho, o chuvisco e a ventania, traziam a tona a mesma apreensão da noite anterior, a dificuldade em se montar a barraca que abrigaria a Curimba e as crianças do sereno, foi enorme, precisamos de pedras e troncos para prende-la, o vento era tanto que parecia que Iansã estava com inveja de estarmos ali para saudar Iemanjá, mas isto e uma besteira e peço desculpas a Iansã por pensar isto...rs.

Depois de muito sacrifício, o altar e o terreiro estava pronto, mas a chuva e o vento ainda me preocupavam, enquanto alguns médiuns voltaram para tomar banho e se preparar para o trabalho, fiquei com dois médiuns que davam o retoque final ao local.

Peguei um banquinho, sentei de frente para o mar e comecei uma ?conversa? com Iemanjá, falei para ela que estávamos ali para saudá-la, para fazer uma homenagem a ela, mesmo sabendo que ela não precisava disto, falei para ela da ansiedade minha e de todos, falei da alegria de estarmos ali, enfim abri meu coração a minha grande mãe.

Depois desta conversa, fui tomar meu banho, quando voltei ao local do trabalho, já estavam todos os médiuns la, todos meio preparados, meio atrapalhados, inclusive eu, mas não podia demonstrar isto...rs.

As 20:15 comecei a abertura dos trabalhos, e só neste momento notei algumas coisas....

As velas estavam todas acesas, ou seja não havia o menor sinal de vento, nem uma brisa se quer, e nem uma gota de chuva... fiquei com vontade de chorar emocionado, minha mãe tinha me atendido, ate estrelas apareceram no céu...

O trabalho transcorreu maravilhosamente bem, não tivemos nenhum ?senão?, para reclamar.

Ao terminar o trabalho por volta das 23:00 horas, comecei a sentir os primeiros pingos de chuva, e vi que estava na hora mesmo, recolhemos tudo, limpamos o local, e fomos para casa.

La chegando nova muvuca, muita gente para pouco chuveiro (rsrs), muita gente para pouca cama (rssr), mas as coisas como tudo neste trabalho foram se ajeitando, todos cansados, mas com o sentimento de dever cumprido, foram indo dormir, uma a um..confesso ter sido o ultimo a me ?recolher?, pois como bom pai, queria ter a certeza de que todos meus filhos estavam bem.

Poderia continuar aqui falando do quão agradável foi o domingo, na praia com minha?família? ASSEMA, mas ficara um relato muito grande, então prefiro deixar que cada um guarde em suas lembranças...

Vou terminar agradecendo, a ?FAMILIA ASSEMA?, por estar la e dividir estes momentos comigo, a Fátima, minha companheira, amor de minha vida, e muitas vezes a ?razão?, por trás da ASSEMA, a hierarquia da ASSEMA, e neste caso principalmente a capitã Luciana, e a todos os médiuns e amigos que colaboraram para que o trabalho fosse o que foi.

Quero agradecer a MINHA MÃE IEMANJA, por ter nos recebido tão bem em sua casa...

E por ultimo ao MEU PAI OXALA, por ter me dado esta missão tão prazerosa de ser cumprida.


Marco Boeing