UMBANDA SUPERFICIAL

Filed under: by: Marco Boeing


Independente do que diz o Censo, que colocou a Umbanda num patamar irrisório em relação aos números das ouras religiões, nós umbandistas sabemos que a realidade é outra. O numero de pessoas que freqüentam nossos terreiros, seja como médiuns ou assistência tem aumentado gradativamente, e o numero de terreiro que estão surgindo também, e esta a uma questão que pode ser interpretada de duas formas, uma positiva que demonstraria a expansão da religião.
Mas temos o outro lado da moeda, esta profusão de terreiro se deve em grande parte aos “cruzamentos” de pais de santo que estão sendo feitos sem nenhum critério, ao gosto do “freguês”.
 Lembro quando a Umbanda era criteriosa e exigente, onde antes de ser pai ou mãe de santo, o médium era instigado a vivenciar e aprender.
Hoje a Umbanda esta sendo tratada com muita superficialidade, cruzamentos sendo feitos à “atacado”,  já ouvi de varias pessoas a justificativa de que tem de ser pai de santo, pois suas entidades são de comando, ora qualquer entidade pode ser de comando, quando um médium assume a direção de um trabalho, não é o nome da entidade que habilita ela para comandar um terreiro.
O que se nota é que a vaidade esta falando mais alto, vaidade de médiuns que querem por que querem ser cruzados, para inflar seu ego, sem ao menos tentarem entender a responsabilidade de se ter uma casa aberta.
Vaidade de pais de santo que cruzam médiuns sem critério nenhum, apenas para dizer que cruzaram,  que tem filhos de santo com casa aberta, e o que me assusta mais ainda, é que alguns, pra não dizer a maioria, acredita ou quer acreditar que sua responsabilidade acaba após este cruzamento, que a partir daí os atos cometidos por aquele médium não trarão conseqüências para ele.
Este sintoma que se observa hoje na Umbanda traz uma conseqüência grave, estamos vendo cada vez mais nos terreiros médiuns sem preparo, sem doutrina, achando que seu papel dentro da religião é apenas vestir uma roupa branca, incorporar uma entidade e pronto.
Não são alertados para a responsabilidade que é ser médium, dos cuidados, das cobranças.

Vemos pais de santo não repassando fundamentos e ensinamentos, por não querer dividir conhecimento, ou o que é pior, por não terem este conhecimento e não terem a humildade de procurar estes saberes, e ai vão se formando uma legião que poderíamos chamar de “médiuns superficiais”.

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O PRECONCEITO NOSSO DE CADA DIA

Nos últimos tempos nos Umbandista, nos acostumamos a nos colocarmos como vitimas de um preconceito violento, sempre reclamando, nos colocando como vitimas deste terrível mal.
Não nego que sofremos sim preconceito, mas este preconceito na grande maioria das vezes e causado pela ignorância ou desinformação, ou o que é pior a idéia errada que se passa da Umbanda por conta de algumas atitudes dos próprios umbandistas, e vou dar alguns exemplos:
- Despachos jogados nas ruas, com restos de comidas, garrafas, alguidares, ou ate coisa pior.
- Sujeira nas praias, matas e cachoeiras depois de rituais realizados por “umbandistas”
- Rituais de “umbanda” regados a bebidas, com muita baderna, “entidades” com roupas extravagantes, cocares enormes, mais parecendo um baile a fantasia do que um ritual religioso
- Imagens de Exus com rabos, chifres, etc, e ainda ditos “umbandistas” que alimentam esta idéia de que Exu é uma entidade sem o compromisso com o bem
- As disputas “comerciais” entre “mestres e magos”, ditos umbandistas, um querendo ser melhor que o outro, pensando ser o dono da verdade absoluta
- Anúncios colocados em jornais e postes das cidades, prometendo qualquer coisa mediante um pagamento
Pergunto, o que você, uma pessoa sem nunca ter ido a um terreiro, sem ter informações pensaria de uma religião com estes “ingredientes”???

Não seria muito mais interessante, nos preocuparmos em passar uma imagem sadia, da Umbanda, ao invés de ficarmos reclamando como se fossemos pobres coitados?
As vezes tenho a impressão que muita gente gosta desta situação, de se colocar como vitimas eternas...
Informando, mostrando a beleza de nossa religião, não vamos acabar com todo o preconceito, mas com certeza diminuiremos sensivelmente.
Ultimamente surgiram inúmeras iniciativas por “tolerância” em relação a Umbanda, alguém já se preocupou em analisar o que é tolerância? Segue a definição dos dicionários:
TOLERANCIA – CONDESCENDENCIA OU INDULGENCIA PARA AQUILO QUE NÃO SE QUER OU NÃO SE PODE IMPEDIR.
TOLERADA – MERETRIZ MATRICULADA
TOLERADO – CONCEDIDO, PERMITIDO
TOLERAR – SOFRER O QUE NÃO DEVERIAMOS PERMITIR, OU QUE NÃO NOS ATREVEMOS IMPEDIR; CONSENTIR; PERMITIR; DEIXAR PASSAR

Pois bem agora eu pergunto, você prefere ser tolerado como Umbandista ou respeitado?
A resposta pelo menos para mim parece óbvia, então que tal começarmos e criar movimentos para informar melhor e assim conquistarmos este respeito??


Marco Boeing – Dirigente da ASSEMA / Curitiba

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A UMBANDA DA PALAVRA E DA CONSCIÊNCIA


Dias atrás numa conversa com algumas pessoas, uma questão foi colocada:
O fato de que antigamente aconteciam muitos casos de materializações e efeitos físicos nos trabalhos de Umbanda, coisa que hoje em dia é muito raro.
Meu entendimento sobre este assunto é o seguinte:
Durante algum tempo, a Umbanda teve que de certa forma se “firmar” no cenário religioso, as pessoas precisavam de algo “palpável” para sentirem-se bem. Hoje em dia vivemos numa fase que eu para uma identificação acabei por denominar “A UMBANDA DA PALAVRA E DA CONSCIÊNCIA”. Nossos Mentores nos colocam e nos mostram cada vez mais a necessidade que temos de fazer aqueles que nos procuram entenderem que a melhora que eles tanto anseiam começa e tem continuidade com uma mudança de pensamento e atitudes, uma verdadeira reforma intima, que a umbanda não é um culto “fazedor de milagres”, onde qualquer um vai receber o que quer em troca de algumas velas ou o que é pior em troca de alguns “tostões”.
Nossos rituais, nossos trabalhos de descarrego, desobsessão, etc. Continuam sendo de grande importância, mas tão importante quanto eles é esta necessidade de levarmos ao mundo a “palavra” e o “entendimento” de como a espiritualidade funciona, criando assim uma nova consciência naqueles que só procuram a Umbanda para obter proveito próprio, e que não enxergam a necessidade de eles mesmos mudarem para ai sim melhorarem de verdade, mudarem conceitos e atitudes, esquecer a mesquinhez, entenderem que fazem parte de um todo.
Foi-se o tempo em que tudo se resolvia com uma “mágica”, fazendo surgir do nada, objetos que segundo se acreditava eram a materialização de nossos problemas. A Espiritualidade não tem mais o porquê fazer isto, e nem precisa, o que ela precisa é de médiuns que entendam que a verdadeira caridade é tentar ser o melhor que puder e que passem isto para as pessoas, fazendo-as entender com suas palavras e seus exemplos a sua responsabilidade neste mundo...

Isto é o que eu chamo de “A UMBANDA DA PALAVRA E DA CONSCIÊNCIA”

Marco Boeing – ASSEMA/Curitiba-PR

UMBANDA E POLITICA

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Em varias épocas a religião se confundiu com o poder, quase como se fossem um só, e por conta disto, aproveitadores se dizendo religiosos tiraram muito proveito do povo... Coisa que continua acontecendo até hoje, de forma diferente, mas continua.

Pessoas inescrupulosas usam fiéis de determinadas religiões como massa de manobra, alimentando inclusive o temor que muitos têm de uma “ida para o inferno” quando de seu desencarne, para conseguir seus objetivos.
Estes objetivos que, num primeiro momento se resumiam a uma “ganância monetária”, rapidamente se transformou numa ânsia pelo poder (é claro que sabemos que a questão monetária continua implícita).Esta ânsia pelo poder faz com que este antes “religiosos” para se manterem no tal poder, passem a procurar e oferecer “benesses” ao seu povo santo, nem que para isto precise “pisar” em outros segmentos.
Os umbandistas, os verdadeiros, os que praticam a caridade, sem esperar nada em troca, geralmente são avessos a esta mistura RELIGIÃO X POLITICA, e por conta disto muitas vezes taxados como um povo não politizado.
Ocorre que talvez seja ao contrario, pois tenho visto algumas campanhas por ai tipo “QUEM É DO AXÉ VOTA EM QUEM É DO AXÉ”, mas agora eu pergunto, devemos votar num candidato apenas por ele ser umbandista???? Não seria isto uma clara demonstração de falta de cultura política??
Penso que devemos sim votar num candidato que seja compromissado com a verdade, honesto, digno de receber nosso voto, e que se for umbandista melhor ainda.
Se dizer umbandista, evangélico, católico, etc., não e certificado de honestidade para ninguém.
Por ser o Brasil um estado Laico, é muito correto que tenhamos em nosso Legislativo representantes de todos os segmentos, inclusive umbandistas, mas volto a dizer, pessoas serias e comprometidas com ideais honestos, não aproveitadores, que num discurso inflamado se colocam como os “salvadores” os “defensores” do povo de santo.
Tenho muita vontade de apoiar um candidato que seja umbandista, e nesta eleição se tudo correr bem eu farei isto, mas sempre observando quem é o candidato, seu histórico, não só como umbandista, mas como cidadão.

RESPEITO

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Nós Umbandistas como todos os seres humanos, estamos passiveis a erros e acertos, somos passionais em alguns casos e racionais em outros, mas não podemos nos furtar de uma coisa, temos a obrigação de nos respeitarmos.

Nossa comunidade que se diz tão discriminada por outros segmentos, sofre muito mais com o desrespeito entre seus membros.

De que adianta criarmos movimentos para cobrar dos outros uma coisas que não temos em nosso meio, o respeito.

O pensar é livre e o entendimento também, a Umbanda por sua diversidade nos permite varias formas e maneiras de entendê-la, é a única religião que nos permite adequar a sua pratica ao nosso gosto, nos da à chance de exercitarmos nosso bom senso e nosso livre arbítrio, nos permite encontrarmos sempre um local com o qual tenhamos afinidade com a forma que a Umbanda é praticada ali.

Não importa a raiz que seguimos, ou qual a denominação, o que importa é que a essência da Umbanda esteja presente.

Não temos condições de afirmar o que é certo ou errado, uma coisa que parece absurdo para um, pode ter muito fundamento para outro.

Tenho dito muito isto e vou repetir aqui:

A Umbanda vai crescer muito quando os Umbandistas deixarem de se tratar como concorrentes comerciais e passarem a se entender como Irmãos da mesma Fé.

OICD, FTU, Primado de Umbanda, Colégio de Umbanda, etc. São caminhos, mas não são os únicos.

Esotérica, Branca, Omolôko, etc. São formas de culto, mas não são as únicas.

Temos de começar a respeitar e aprender com aqueles que pensam e entendem a Umbanda de forma diferente de nós.

Não somos mestres, somos aprendizes e o seremos por muito tempo, embora alguns desejem e pensem o contrário...


Marco Boeing – ASSEMA/Curitiba

Liberdade Religiosa

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Sou diferente por que “recebo”, um Preto velho e não o “Espírito Santo”?


Sou menos evoluído por que louvo a “Oxalá” e não a “Jesus Cristo”??

Não, sou apenas um Umbandista, que tem o direito a expressar sua fé de acordo com sua crenças.

Não foi o próprio Jesus quem disse: “muitos são os caminhos que levam ao pai” ?

Então, deixem que eu siga o caminho que escolhi.

Liberdade Religiosa não é um beneficio concedido a alguns, e um direito de todos.


Marco Boeing

Dirigente da ASSEMA/Curitiba

RESPEITO

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Respeito






Nós Umbandistas como todos os seres humanos, estamos passiveis a erros e acertos, somos passionais em alguns casos e racionais em outros, mas não podemos nos furtar de uma coisa, temos a obrigação de nos respeitarmos.



Nossa comunidade que se diz tão discriminada por outros segmentos, sofre muito mais com o desrespeito entre seus membros.



De que adianta criarmos movimentos para cobrar dos outros uma coisas que não temos em nosso meio, o respeito.



O pensar é livre e o entendimento também, a Umbanda por sua diversidade nos permite varias formas e maneiras de entendê-la, é a única religião que nos permite adequar a sua pratica ao nosso gosto, nos da à chance de exercitarmos nosso bom senso e nosso livre arbítrio, nos permite encontrarmos sempre um local com o qual tenhamos afinidade com a forma que a Umbanda é praticada ali.



Não importa a raiz que seguimos, ou qual a denominação, o que importa é que a essência da Umbanda esteja presente.



Não temos condições de afirmar o que é certo ou errado, uma coisa que parece absurdo para um, pode ter muito fundamento para outro.



Tenho dito muito isto e vou repetir aqui:

A Umbanda vai crescer muito quando os Umbandistas deixarem de se tratar como concorrentes comerciais e passarem a se entender como Irmãos da mesma Fé.

OICD, FTU, Primado de Umbanda, Colégio de Umbanda, etc. São caminhos, mas não são os únicos.

Esotérica, Branca, Omolôko, etc. São formas de culto, mas não são as únicas.

Temos de começar a respeitar e aprender com aqueles que pensam e entendem a Umbanda de forma diferente de nós.

Não somos mestres, somos aprendizes e o seremos por muito tempo, embora alguns desejem e pensem o contrário...

Marco Boeing – ASSEMA/Curitiba